É muito recente o processo de inserção do Brasil na economia da droga e tão pouco conhecido quanto pesquisado. Há duas décadas, o país foi incorporado pelos cartéis colombianos como caminho alternativo das rotas de trânsito de drogas que passavam pelo Caribe. Entretanto, nos últimos seis anos, o Brasil vem assumindo importância crescente em todas as atividades da economia da droga. Por que este processo foi acelerado de forma tão extraordinária? Quais as atividades da economia da droga atualmente exercidas em território brasileiro? Como se constituem as redes de drogas no Brasil e qual a sua incidência espacial? Estas são algumas questões que, de maneira breve, este trabalho se propõe a investigar.
O objetivo geral desta monografia foi construir um mapa sobre os roteiros das drogas e analisar sua relevância para o entendimento das redes intra e internacional de drogas, descrevendo por meios cartográficos e geográficos sua incidência espacial, tanto urbana quanto rural. Com a elaboração deste mapa desejava-se ter uma visão geral das rotas no Brasil em dois momentos: os anos 1989/90 e dos anos 1994/95. Como objetivo específico, pretendia-se classificar os diversos núcleos que fazem parte das redes de drogas brasileiros, não só em termos do trânsito e da exportação, mas também no que se refere à produção e ao processamento.
O mapeamento dos núcleos de trânsito e exportação foi feito não só com base nas apreensões de drogas veiculadas pela imprensa, mas também através de inferência. Descobrimos que a maioria destes núcleos são pontos de cruzamento rodoviário e pontos de transbordo. Estes foram, portanto, os critérios para a inferência. Pela natureza dos dados e da ilegalidade do fenômeno do narcotráfico, não é possível ter certeza sobre todas as informações. Portanto, o mapa elaborado neste trabalho constitui apenas uma proposta.
Steiman, R. 1995. 39 f. O mapa da droga. Monografia (Graduação em Geografia) – Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.