Ao longo da última década, uma gama de organizações tem ativamente promovido e financiado a criação de áreas protegidas em zonas de fronteira. Tais áreas são entusiasticamente defendidas como capazes de conservar a integridade dos ecossistemas que se espraiam através de fronteiras políticas e como ponto de partida para integrar esforços mais amplos de cooperação regional entre países.
Diversos projetos e iniciativas de conservação transfronteiriça têm se beneficiado de crescente interesse e aporte de recursos, quer para o intercâmbio de experiências entre duas áreas protegidas fronteiriças ou para a implantação de grandes corredores de biodiversidade. O vigor renovado com o qual vêm sendo tratadas as áreas protegidas transfronteiriças talvez decorra do fato de que sejam um exemplo emblemático e oportuno de que as questões ambientais transcendem as fronteiras políticas e fogem do escopo de cada soberania nacional, reforçando a dimensão compartilhada dos problemas e responsabilidades.
O presente estudo pretende empreender uma análise das características e das condições de gênese de tais iniciativas na zona de fronteira da Amazônia Brasileira. Doze áreas protegidas transfronteiriças foram identificadas e classificadas segundo tipologias propostas pela IUCN e pela autora. Foram também analisados os fatores que corroboraram para o ritmo acelerado de consolidação de tais áreas, assim como a incidência espacial de atores e projetos voltados para a implantação de mecanismos de cooperação transfronteiriça.
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Steiman, R. 2008. Áreas Protegidas nas Zonas de Fronteira Internacional da Amazônia Brasileira. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.