A dinâmica do mercado de trabalho vem sendo alterada desde o começo dos anos 2000. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de empregados formais no Brasil cresceu 65,7%1 no período entre 2002 e 2012 e corresponde hoje a 56,9% do total de empregados, o que aponta na direção do desenvolvimento econômico e social do país. Apesar disso, ainda há um alto número de trabalhadores no mercado informal, que serve como um “colchão amortecedor” (KREIN; PRONI, 2010) para a parcela da mão de obra que não se alocou em empregos formais, processo indicativo da incapacidade de oferecer empregos para toda a população economicamente ativa.

O presente trabalho pretende analisar a dinâmica recente do mercado de trabalho formal numa situação geográfica particular, a da Faixa de Fronteira do Brasil com os países vizinhos. A Faixa de Fronteira brasileira é a região de influencia do limite político internacional, definida pela Lei 6.634, de 02/05/1979, como a área composta pelos municípios total ou parcialmente inseridos em uma faixa interna de 150 km de largura paralela ao limite internacional. Parte-se da premissa de que as dinâmicas de trabalho em uma região fronteiriça podem ocorrer de forma diferenciada, não apenas pela influencia dos países vizinhos, mas por se tratar de uma área periférica do país. Além disso, a alocação de parte da população em mercados informais e ilegais, como nos casos do tráfico de drogas e do contrabando de mercadorias, emerge como um problema de segurança nacional e de importância geopolítica.

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AMARAL, Pedro Aguiar Tinoco do. Mercado de trabalho na faixa de fronteira do Brasil. Anais do VII Congresso Brasileiro de Geógrafos, 2014