As fronteiras internacionais são um elemento fundamental na construção dos estados modernos. O surgimento e transformação de conurbações de fronteira estão muitas vezes ligados com a abertura de pontes e outras infra-estruturas do sistema de circulação internacional. Assim, esses espaços urbanizados são caracterizados como passos necessários de fluxos legais e ilegais de pessoas e bens. Neles se dá uma singular articulação entre mobilidades de diferentes escalas e uma contradição constante entre fixidez e fluidez; ao tempo que um conflito entre os interesses e imaginários locais, contra os nacionais e regional/continentais. Apresentamos uma discussão teórica e metodológica com o objetivo de desenvolver algumas ferramentas de análise para o estudo das ligações entre fronteiras internacionais, mobilidades e dinâmica urbana local. Para este fim, esboçamos alguns casos de conurbações fronteiriças envolvendo à Argentina e países vizinhos em vista de uma futura caracterização mais ampla. Nosso objetivo é ponderar o papel do sistema continental de mobilidade tanto em sua gênese e configuração como em sua hierarquia urbana e sua complexidade sociocultural.