Angra dos Reis é uma das mais antigas áreas de ocupação do litoral fluminense e da costa atlântica brasileira. Localizada numa estreita faixa terrestre entre a baia da Ilha Grande e a escarpa da Serra do Mar, seu território é recortado por penínsulas e enseadas, onde as montanhas e os costões e a presença do verde da Mata Atlântica constituem a paisagem dominante, as praias e as planícies aluvionais ocupando os interstícios permitidos pelo relevo movimentado. Por certo, o Dicionário Aurélio nos lembra que Angra é uma palavra portuguesa para designar “uma enseada ou pequena baia, largamente aberta, que aparece onde há costas altas”.

Desde a época colonial, a área terrestre dominada pela presença da Serra do Mar contrastava desfavoravelmente com as excelentes condições oferecidas pela baia da Ilha Grande e seu conjunto insular, o que estimulou o desenvolvimento das funções portuária e pesqueira, atividades que caracterizaram Angra dos Reis por quase quatrocentos anos. Apesar do determinismo ambiental que essa descrição sugere, a evolução posterior do povoamento desmente tal simplificação.

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Machado, L. O. 1995. Angra dos Reis: por que olhar para o passado? Em: Diagnóstico Sócio-Ambiental do Município de Angra dos Reis. Rio de Janeiro: Convênio FURNAS-UFRJ.